segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Produtora diz que homologação vai contra a soberania do país

Izabel Itikawa: “Nós não queríamos estar passando por esses problemas”
VANESSA LIMA

O movimento “Marcha a Roraima - Acorda Brasil” foi um dos temas debatidos durante o programa Agenda da Semana, da Rádio Folha 1020, neste último domingo, contando com a participação da produtora de arroz Izabel Itikawa.
Durante a entrevista, a produtora falou do problema enfrentado pela caravana de 70 produtores de Mato Grosso, Bahia e Rondônia, que vieram de Cuiabá, com destino ao município de Pacaraima, e que ao chegar no município de Mucajaí, foram impedidos de prosseguir a viagem devido ao bloqueio feito por diversas entidades contra a marcha.
“O movimento vem cruzando diversos municípios do Norte do país com o objetivo maior de participar das decisões sobre assuntos que envolvem os problemas do Brasil. Essa iniciativa tem o intuito de chamar a atenção do povo para esse problema grave em que se encontram diversas áreas do país”, explicou Izabel Itikawa.
Nas palavras da produtora, a demarcação das terras tem se tornado algo não só do estado, mas de outras partes do país e esse tipo de ação serve para mostrar que estão todos juntos.
Questionada com relação à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a ser tomada na homologação ou não das terras indígenas Raposa Serra do Sol, Izabel Itikawa afirmou que a decisão pela homologação iria contra os interesses do país e do estado.
“Fere o coração da defesa nacional, porque a Constituição é clara com relação à demarcação de uma área de fronteira. Se isso ocorrer estará colocando em risco a soberania e a segurança nacional. Por isso acredito que o STF dará um resultado favorável à sustentabilidade e subsistência da continuação do desenvolvimento desse estado”, declarou.
Para Izabel Itikawa, o problema vai muito além do que se vê, inclusive envolvendo países estrangeiros. “Acredito que os problemas dos brasileiros dizem respeito apenas ao nosso país e eu espero que essa intromissão por parte de organismos internacionais não influenciem na decisão de permanência dos brasileiros em seu país”, observou.
A proposta feita por parte do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de dar outras terras para os arrozeiros produzirem, para a produtora é “conversa fiada”. “Essa área não existe e se existisse nós com certeza já teríamos saído das nossas terras. Nós não gostaríamos de passar por esses problemas”, enfatiza.

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