Começa tomar corpo a Marcha a Roraima. Após percorrerem mais de 745 km de Cuiabá a Vilhena, em Rondônia, local da primeira parada da comitiva, produtores rurais se unem para dar início a mais um grande movimento histórico de patriotismo no Brasil. Ontem à tarde, representantes de Sinop, Água Boa, Juína, Sorriso, Pontes e Lacerda, a equipe da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e demais localidades se reuniram na entrada de Vilhena, às margens da BR-364.
Empenhados em chamar a atenção das autoridades brasileiras, os marchantes adesivaram suas caminhonetes com frases de alertas como ‘ONGS e Greenpace jogam brasileiros índios contra brasileiros’, ‘Amazônia do Brasil só para brasileiros , fora ONGS internacionais’. Logo no início da noite mais de trinta caminhonetes percorreram avenidas, ruas e bairros da cidade até a Associação Vilhenense dos Agropecuaristas, localizado no Parque de Exposição. A carreata teve o apoio do batedouro da polícia militar. Na oportunidade o deputado estadual Luizinho Goebel deu total apoio aos produtores pela inciativa. “Vocês (produtores) estão de parabéns em defender o que diz respeito ao setor. Não devemos deixar esmorecer pelas dificuldades e adversidades que enfrentamos pelo caminho”, desabafou ressaltando as incongruências do governo em adotar medidas esdrúxulas e impensadas.
De acordo com um dos organizadores da Marcha a Roraima, Aderval Bento, presidente da Associação dos Produtores Rurais e Pesquisa Rio Branco de Juína, a principal razão da marcha é apoiar os produtores de Pacaraima, localizado ao norte do Brasil (próximo da divisa com a Guiana) além dos produtores no sul, leste e oeste do Brasil. “O que está acontecendo em Roraima é uma realidade que acontece em várias outras localidades do nosso país”, declarou.
Aderval diz que há dois fatores que tem que ser discutida e valorizada na região amazônica. A primeira é que a Amazônia é Brasil. Ele explica que há 60 anos muitos brasileiros foram incentivados a ‘colonizar’ a região. Muitos aceitaram o desafio de irem para uma terra desconhecida, sem infra-estrutura, saúde e educação, e superaram e transformaram áreas em grandes potencialidades.
O segundo ponto o qual ele não consegue entender é a falta de consideração e o descaso do governo em não validar uma lei que garanta ao proprietário o direito da terra. “Ele (proprietário) compra uma área totalmente documentada, produz, investe e no final das contas sai no prejuízo com as alterações das leis”.
Nesta terça-feira a comitiva segue para Porto Velho com previsão de chegada às 14h. A comitiva será recepcionada pela Associação dos Produtores da cidade. No período da noite será realizada uma reunião com os produtores e lideranças políticas no Centro de Tradições Gaúchas. Amanhã a marcha segue para Manaus com previsão de chegada na quinta-feira às 19h. No dia seguinte o destino é Boa Vista, em Roraima e no dia 16, Paracaraima, onde acontecerá a concentração da Marcha.
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